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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Como resolver o erro "boot failed to start gdm.service" no Ubuntu

Se ao iniciar o Ubuntu você se deparou com a mensagem "boot failed to start gdm.service", é bem provável que o problema esteja relacionado à partição raiz (/) cheia. Quando o sistema atinge 100% de uso da partição principal, diversos serviços deixam de funcionar corretamente — entre eles, o GDM, responsável pela tela de login gráfico.

A seguir, veja como corrigir esse problema de forma segura e eficiente.

  1. Acesse o terminal virtual (TTY)
  2. Como o ambiente gráfico não está inicializando, é necessário usar o terminal virtual.

    Pressione Ctrl + Alt + F2 (ou F3, F4...) para abrir o TTY.

    Em seguida, faça o login com seu nome de usuário e senha.

  3. Verifique o uso da partição raiz
  4. Depois de acessar o terminal, digite:

    df -h

    Esse comando mostra o uso de cada partição. Verifique se a partição / (raiz) está com 100% de utilização. Se estiver, é hora de liberar espaço.

  5. Limpe o cache de pacotes APT
  6. O cache do APT pode ocupar bastante espaço, especialmente se você realiza muitas atualizações. Execute:

    sudo apt clean
    sudo apt autoremove

    Esses comandos removem pacotes e dependências que não são mais necessários.

  7. Remova versões antigas do kernel
  8. Versões antigas do kernel podem consumir vários gigabytes. Para removê-las, execute:

    sudo apt autoremove --purge

    Isso limpa completamente pacotes antigos e libera espaço de forma significativa.

  9. Limpe arquivos de log antigos
  10. Os logs do sistema também podem crescer rapidamente. Para mantê-los sob controle, use:

    sudo journalctl --vacuum-size=50M

    Esse comando limita o tamanho dos logs a 50 MB, descartando os mais antigos.

  11. Confirme se o espaço foi liberado
  12. Execute novamente:

    df -h

    Se o uso da partição diminuiu, ótimo, o problema provavelmente foi resolvido. Caso ainda esteja cheia, siga para as próximas etapas.

  13. Reinstale o ambiente gráfico (se necessário)
  14. Se mesmo após liberar espaço o erro persistir, talvez o GDM ou o pacote do ambiente gráfico tenha sido corrompido. Nesse caso, reinstale-os:

    sudo apt install --reinstall ubuntu-desktop
    sudo apt purge gdm3
    sudo apt install gdm3

    Isso garante que todos os componentes necessários para o login gráfico estejam restaurados.

  15. Reinicie o sistema
  16. Por fim, reinicie o computador:

    sudo reboot

    Após o reinício,o erro "boot failed to start gdm.service" desaparecerá e o sistema deve carregar o ambiente gráfico normalmente.

    Dica final: mantenha sempre um controle do uso de espaço em disco. Você pode usar ferramentas como o Baobab (Analisador de uso de disco) para identificar rapidamente o que está ocupando espaço e evitar que o problema volte a ocorrer.

    Feito!

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Cliente open source da AWS para containers

O desenvolvimento de containers está no coração da computação moderna, e a AWS deu um passo ousado ao lançar o Finch—um cliente de linha de comando open source que facilita a criação, execução e publicação de containers Linux em ambientes locais.

O que é o Finch?

Finch é uma ferramenta leve e extensível que combina componentes open source como:

  • Lima: para virtualização em macOS
  • nerdctl: uma alternativa ao Docker CLI
  • containerd: runtime de containers
  • BuildKit: para construção eficiente de imagens

Inicialmente lançado para macOS, o Finch agora oferece suporte completo para Windows e Linux, tornando-se uma solução multiplataforma para desenvolvedores que desejam trabalhar com containers de forma local e integrada.

Funcionalidades principais

  • Construção de imagens com Dockerfiles
  • Execução de containers localmente
  • Push/pull de imagens para registries
  • Gerenciamento de redes e volumes
  • Suporte a aplicações multi-container via finch compose

No Linux, o Finch interage diretamente com o kernel usando namespaces e cgroups, sem necessidade de camadas de virtualização. Já no Windows e macOS, ele utiliza WSL2 e Virtualization Framework, respectivamente.

Instalação

No Debian e derivados, segue:

1.Importe a chave GPG:

curl -fsSL https://artifact.runfinch.com/deb/GPG_KEY.pub | sudo gpg --dearmor -o /usr/share/keyrings/runfinch-finch-archive-keyring.gpg

2.Adicione o repositório APT:

Para sistemas AMD64:

echo "deb [signed-by=/usr/share/keyrings/runfinch-finch-archive-keyring.gpg arch=amd64] https://artifact.runfinch.com/deb noble main" | sudo tee /etc/apt/sources.list.d/runfinch-finch.list

3.Atualize os pacotes e instale o Finch:

sudo apt update
sudo apt install runfinch-finch


Por que a AWS criou o Finch?

Segundo a equipe da AWS, a ideia surgiu da necessidade de uma ferramenta simples e padronizada para desenvolvimento de containers em ambientes locais. Em vez de depender de soluções comerciais ou montar ferramentas fragmentadas, o Finch oferece uma experiência coesa e baseada em padrões da indústria.

Comunidade e contribuições

O Finch é licenciado sob Apache 2.0 e está aberto a contribuições. A AWS incentiva desenvolvedores a participar no repositório oficial .

Finch representa uma abordagem moderna e colaborativa para o desenvolvimento de containers. Se você busca uma alternativa leve, open source e integrada ao ecossistema da AWS, vale a pena experimentar.

Feito!

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

14 anos de blog

O blog está completando hoje, 21 de Agosto de 2025, 14 anos!

Gostaria de agradecer a todos pelo prestígio e a paciência de ler os posts que são publicados. Espero continuar compartilhando conhecimentos no blog para nossos leitores. Continuem prestigiando e divulgando o blog Mundo da Computação Integral, assim aumentamos nossa comunidade.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Manipulando arquivos gigantes com Python

Quando trabalhamos com Python no dia a dia, é comum lidarmos com arquivos CSV ou Excel relativamente pequenos. Porém, em cenários de Data Science e Big Data, não é raro recebermos um arquivo que ultrapassa a casa dos gigabytes. E aí surge o problema: carregar tudo na memória de uma só vez pode simplesmente derrubar a sua máquina.

A boa notícia é que o Python tem ferramentas que permitem processar esses arquivos de forma inteligente e incremental. Hoje, vamos falar sobre o conceito de chunks.

O que são chunks?

De forma simples, um chunk é um pedaço do arquivo.

Ao invés de ler um CSV inteiro com pandas.read_csv(), podemos instruir o Pandas a carregar n linhas por vez, processar, salvar o resultado parcial e liberar memória. Assim, conseguimos trabalhar com arquivos gigantes sem precisar de um supercomputador.

Exemplo prático

Imagine que temos um arquivo transacoes.csv com 100 milhões de linhas. Queremos somar o valor total de uma coluna chamada valor.

Solução tradicional (não funciona bem em arquivos grandes):


import pandas as pd
# Isso pode travar o computador!
df = pd.read_csv("transacoes.csv")
print("Total:", df["valor"].sum())

Se o arquivo for grande demais, sua memória RAM não vai aguentar.

Solução com chunks:


import pandas as pd
total = 0
# Lendo o arquivo em blocos de 1 milhão de linhas
for chunk in pd.read_csv("transacoes.csv", chunksize=10**6):
    total += chunk["valor"].sum()

print("Total:", total)

Nesse caso:

chunksize=10**6 significa que o Pandas vai ler 1 milhão de linhas por vez.

Cada pedaço é processado, somado e descartado da memória.

Ao final, temos o total consolidado sem sobrecarregar o sistema.

Vantagens do processamento em chunks

  • Trabalhar com arquivos enormes sem precisar expandir a RAM.
  • Possibilidade de processamento incremental (ex: salvar resultados parciais).
  • Aplicável a diversas operações: filtros, agregações, limpeza de dados, exportação em lotes.

Onde isso aparece na prática?

  • Relatórios financeiros de grandes empresas.
  • Logs de servidores com milhões de registros.
  • Bases públicas gigantes, como dados do IBGE ou Kaggle.

Considerações finais

Trabalhar com chunks é quase um rito de passagem para quem está saindo do Python intermediário e entrando em projetos de nível avançado, onde eficiência importa tanto quanto clareza do código.

Feito!

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Automação de tarefas com Python e Pandas

Imagine o seguinte cenário: toda semana você recebe relatórios de vendas em formato CSV e precisa consolidá-los em uma única planilha para gerar um resumo.

Fazer isso manualmente pode levar horas. Mas com o Pandas, é questão de segundos.

O Pandas é uma das bibliotecas mais poderosas do ecossistema Python para análise, transformação e automação de dados.

Se você já lidou com planilhas no Excel, vai se sentir em casa, mas aqui, com muito mais poder e automação.

Preparando o ambiente

Como sempre, vamos manter nosso projeto isolado em um ambiente virtual.

python3 -m venv .venv

No Linux/macOS source .venv/bin/activate

No Windows source .venv\Scripts\activate

Instalando o Pandas

Abre o terminal:

pip install pandas openpyxl

pandas: biblioteca principal para análise de dados.

openpyxl: permite exportar para Excel (.xlsx).

Lendo um arquivo CSV

Vamos começar simples: carregar um relatório em CSV e inspecionar os dados.

relatorio-vendas.py


import pandas as pd

# Carregar o arquivo CSV
df = pd.read_csv("vendas.csv")

# Exibir as primeiras linhas
print(df.head())

Se o arquivo vendas.csv contiver algo como:


data,produto,quantidade,valor
01/08/2025,Notebook,3,3500
01/08/2025,Mouse,10,80
01/08/2025,Teclado,5,150

A saída será uma tabela organizada, semelhante a uma planilha.

python3 relatorio-vendas.py

         data   produto  quantidade  valor
0  01/08/2025  Notebook           3   3500
1  01/08/2025     Mouse          10     80
2  01/08/2025   Teclado           5    150

Filtrando e transformando dados

Agora vamos selecionar apenas vendas acima de R$ 1000.


filtro = df[df["valor"] > 1000]
print(filtro)

Resultado:


         data        produto   quantidade  valor
0        01/08/2025  Notebook     3        3500


Exportando para Excel


filtro = df
filtro.to_excel("vendas_filtradas.xlsx", index=False)
print("Relatório exportado para vendas_filtradas.xlsx")

Com isso, temos um arquivo pronto para ser compartilhado, sem precisar abrir o Excel manualmente.

Mini-projeto: Consolidando múltiplos relatórios

Imagine que você recebe vários arquivos CSV (vendas_jan.csv, vendas_fev.csv, etc.).

Podemos juntá-los em um único relatório com poucas linhas de código:


import pandas as pd
import glob

# Carregar todos os arquivos CSV
arquivos = glob.glob("vendas_*.csv")

# Concatenar em um único DataFrame
dfs = [pd.read_csv(arq) for arq in arquivos]
df_final = pd.concat(dfs, ignore_index=True)

# Salvar no Excel
df_final.to_excel("vendas_consolidadas.xlsx", index=False)
print("Relatório consolidado gerado com sucesso!")

Agora, em vez de copiar e colar manualmente dezenas de planilhas, você automatiza tudo em segundos.

Quando usar Pandas para automação

O Pandas é ideal para:

  • Processar grandes volumes de dados de forma rápida.
  • Automatizar tarefas repetitivas de ETL (Extract, Transform, Load).
  • Transformar relatórios em insights prontos para análise.

Considerações finais

Com o Pandas, você elimina horas de trabalho repetitivo e ganha produtividade, transformando relatórios manuais em processos automáticos e confiáveis.

Feito!

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Criando APIs REST com Python

Imagine que você precisa criar um serviço que permita que outros sistemas ou aplicações acessem seus dados de forma segura e padronizada. É aí que entram as APIs REST, uma das formas mais comuns de comunicação entre aplicações na web.

E, quando falamos de Python,um dos frameworks leve e eficientes para construir APIs é o FastAPI.

O que é o FastAPI?

O FastAPI é um framework web para Python, projetado para criar APIs de forma:

  • Rápida:
  • otimizado para alta performance usando programação assíncrona.

  • Segura:
  • valida automaticamente os dados recebidos.

  • Produtiva:
  • gera documentação interativa automaticamente.

Ele é tão eficiente que já é usado em produção por empresas como Microsoft e Uber.

Por que usar o FastAPI?

Velocidade de desenvolvimento: você escreve menos código para fazer mais.

Validação automática: parâmetros e dados recebidos são verificados automaticamente.

Documentação integrada: acesso imediato à documentação interativa via Swagger UI e ReDoc.

Desempenho: comparável a frameworks rápidos como Node.js e Go.

Preparando o ambiente

Como nas postagens anteriores, vamos criar um ambiente virtual para manter as dependências isoladas.

python3 -m venv .venv

No Linux/macOS source .venv/bin/activate

No Windows source .venv\Scripts\activate

Instalando o FastAPI e o servidor Uvicorn

pip install fastapi uvicorn

fastapi: framework para criar a API.

uvicorn: servidor leve e rápido para rodar a aplicação.

Criando sua primeira API

Crie um arquivo chamado main.py

Executando a aplicação

No terminal:

uvicorn main:app --reload

main:app main é o nome do arquivo, app é a instância do FastAPI.

--reload reinicia automaticamente o servidor ao modificar o código.

Acesse no browser:

http://127.0.0.1:8000/api

Rota inicial.

http://127.0.0.1:8000/docs Documentação interativa (Swagger UI).

http://127.0.0.1:8000/redoc Documentação alternativa (ReDoc).

Desafio: API de To-Do List

Você pode ampliar este exemplo para criar um CRUD (Create, Read, Update, Delete) de tarefas:

POST /tarefas cria tarefa.

GET /tarefas lista tarefas.

PUT /tarefas/{id} atualiza tarefa.

DELETE /tarefas/{id} remove tarefa.

Essa base será extremamente útil para aplicações reais.

Considerações finais

O FastAPI combina velocidade, praticidade e robustez, sendo ideal para desenvolvedores que querem criar APIs modernas sem complicação.

Referências

https://fastapi.tiangolo.com

Feito!

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Programação assíncrona no Python

No mundo real, um restaurante com apenas um cozinheiro pode atender vários clientes ao mesmo tempo: enquanto um prato assa no forno, o cozinheiro prepara outro. Isso é trabalho assíncrono.

No Python, a programação assíncrona nos permite executar múltiplas tarefas em paralelo (ou melhor, quase paralelo) sem precisar esperar que cada uma termine para começar a próxima — ideal para chamadas de API, consultas a banco de dados e processamento de arquivos.

O que é programação assíncrona?

Em um programa tradicional (síncrono), cada instrução só começa depois que a anterior termina.

Na programação assíncrona:

Algumas operações podem “esperar” (ex.: aguardar resposta de uma API).

Enquanto esperam, o Python pode executar outras tarefas.

Isso reduz tempo ocioso e aumenta a eficiência, principalmente em aplicações que fazem muitas operações de I/O.

O módulo asyncio

O asyncio é a biblioteca nativa do Python para lidar com programação assíncrona.

Com ele, você:

Declara funções assíncronas usando async def.

Aguarda resultados com await.

Executa múltiplas funções com asyncio.gather().

Criando um projeto prático

Neste exemplo, vamos simular o download de páginas web usando aiohttp para trabalhar de forma assíncrona.

Criar e ativar o ambiente virtual

python3 -m venv .venv

No Linux/macOS: source .venv/bin/activate

No Windows: .venv\Scripts\activate

Instalar dependências

pip install aiohttp

Código exemplo: Download assíncrono

Entendendo o código

async def : cria uma função assíncrona.

await : pausa a função até que o resultado esteja pronto, sem travar o resto do programa.

asyncio.gather() : executa várias tarefas ao mesmo tempo.

aiohttp : biblioteca otimizada para requisições HTTP assíncronas.

Comparando com o código síncrono

Se fizéssemos as requisições uma de cada vez, o tempo total seria a soma de todos os tempos individuais.

No modo assíncrono, todas começam juntas, reduzindo drasticamente o tempo de espera.

Quando usar programação assíncrona?

A programação assíncrona é especialmente útil quando seu código precisa:

  • Fazer várias requisições HTTP.
  • Ler ou gravar muitos arquivos.
  • Processar grandes volumes de dados que dependem de I/O.

Para cálculos pesados (CPU-bound), a programação assíncrona não é a melhor opção — nesse caso, usar múltiplos processos (multiprocessing) ou threads pode ser mais eficiente.

Considerações finais

Com o asyncio, conseguimos transformar tarefas demoradas em operações rápidas e eficientes, aproveitando melhor o tempo de execução do programa.

Feito!

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Criando e gerenciando ambientes virtuais com venv e pip-tools no Python

Imagine que você está desenvolvendo dois projetos diferentes em Python:

Um utiliza a biblioteca Django na versão 3.2.

Outro exige Django na versão 5.0.

Se você instalar ambas as versões diretamente no seu sistema, haverá conflitos e um dos projetos inevitavelmente deixará de funcionar. É aqui que entra o conceito de ambiente virtual.

O que é um ambiente virtual e por que usá-lo?

Um ambiente virtual no Python é como um “espaço isolado” onde você instala bibliotecas apenas para um determinado projeto, sem interferir no restante do sistema ou em outros projetos.

Essa prática traz benefícios claros:

  • Isolamento:
  • cada projeto tem suas próprias dependências e versões.

  • Reprodutibilidade:
  • você consegue recriar exatamente o mesmo ambiente em outra máquina.

  • Organização:
  • evita instalar bibliotecas desnecessárias no Python global.

Em poucas palavras: o venv protege seu projeto de conflitos e garante consistência no desenvolvimento.

Criando um ambiente virtual com venv

O Python já vem com o módulo venv embutido, então você não precisa instalar nada para começar.

1. Abra o terminal no diretório do seu projeto.

2. Execute: python3 -m venv .venv

Aqui:

python3 -m venv Cria o ambiente virtual.

.venv é o nome da pasta que conterá o ambiente (você pode escolher outro nome).

Ativando o ambiente virtual

A ativação muda o terminal para usar o Python e as bibliotecas daquele ambiente.

Linux / macOS:

source .venv/bin/activate

Windows:

.venv\Scripts\activate

Ao ativar, você verá algo assim no terminal:

(.venv) $

Isso indica que o ambiente virtual está ativo.

Instalando pacotes

Com o ambiente ativo, instale pacotes normalmente:

pip install requests

Esses pacotes ficam armazenados dentro da pasta .venv, sem afetar o restante do sistema.

Gerenciando dependências com pip-tools

O pip-tools ajuda a manter um controle organizado das bibliotecas que seu projeto usa. Ele separa:

O que você pediu para instalar.

As dependências que foram instaladas automaticamente.

1. Instale o pip-tools:

pip install pip-tools

2. Crie um arquivo requirements.in:


requests
pandas

3. Compile para requirem ents.txt:

pip-compile

O requirements.txt gerado terá as versões exatas:


pandas==2.1.0
requests==2.31.0

4. Instale exatamente essas versões:

pip install -r requirements.txt

Para sair do ambiente virtual venv, execute: deactivate

Exportando dependências

Se quiser compartilhar seu projeto, basta enviar:

O código-fonte e o arquivo requirements.txt ou melhor o link do repositório do projeto de alguma das plataformas GitHub, Bitbucket, GitLab ou Azure DevOps

Em outra máquina, basta:

python3 -m venv .venv source .venv/bin/activate

OU no Windows

.venv\Scripts\activate

pip install -r requirements.txt

Pronto: ambiente recriado exatamente como no seu computador.

Considerações finais:

O uso de ambientes virtuais não é apenas uma boa prática: é fundamental para qualquer desenvolvedor Python que queira evitar problemas e manter seus projetos organizados.

O venv garante isolamento e o pip-tools ajuda a manter suas dependências claras e previsíveis.

Feito!

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Por que Python está dominando o mercado de dados?

Você já se perguntou por que alguém escolheria analisar dados em Python, uma linguagem de programação, em vez de ferramentas familiares como Excel ou Power BI? É uma dúvida comum, especialmente quando se pensa na rapidez para criar um dashboard no Power BI. Muitos comentários que refletem essa incredulidade: É mais trabalhoso construir dashboards em Python do que no Power BI ou Excel? Sim, definitivamente.

No entanto, a questão vai muito além dos dashboards. Eles são apenas a ponta de um iceberg gigantesco no processo de análise de dados. Ferramentas gráficas podem te limitar mais cedo ou mais tarde, especialmente se você leva a análise de dados a sério.

O mercado já decidiu: Python lidera

A ideia de que o mundo dos dados está migrando em massa para Python não é apenas uma teoria. Um projeto sólido de Luke Barrow, um renomado analista de dados nos EUA, analisou mais de 3 milhões de vagas preenchidas no mundo dos dados (engenheiros, cientistas, analistas de dados, etc.). O resultado é claro:

Python aparece em primeiro lugar como a ferramenta mais usada globalmente, presente em mais de 55% das vagas. Enquanto isso, Excel e Power BI ficam abaixo de 17%. Essa migração massiva já aconteceu, e os números de vagas confirmam isso.

Os 7 Pilares Que Tornam Python Indispensável

A dominância do Python se baseia em sete elementos cruciais que uma ferramenta de análise de dados "perfeita" deve ter:

  1. Ampla variedade de formatos de dados aceitos:
  2. Ferramentas gráficas te limitam aos tipos de dados que seus desenvolvedores predefiniram. Embora lidem bem com planilhas, bancos de dados SQL e JSON, elas falham com APIs mais complexas e, crucialmente, com dados não estruturados, que representam 99% dos dados do mundo (textos, imagens, vídeos, áudios). Python oferece a flexibilidade necessária para trabalhar com qualquer tipo de dado, estruturado ou não.

  3. Capacidade de automatizar a captura de dados:
  4. Você precisa de uma ferramenta que possa criar processos de atualização automática de dados. Python permite desenvolver scripts que contornam bloqueios de API e mantêm seus dados sempre atualizados, algo que as ferramentas gráficas não oferecem com a mesma robustez.

  5. Performance com Big Data:
  6. Ferramentas como Excel e Power BI travam e sofrem com grandes conjuntos de dados. Python, com bibliotecas como Pandas, Dask e Spark, consegue carregar e manipular milhões de linhas (como um arquivo de 1GB com 10 milhões de linhas de dados de aviação) em segundos, com uma velocidade impressionante.

  7. Versatilidade nas Análises:
  8. Em Excel e Power BI, você está restrito às funcionalidades e "botões" que os desenvolvedores da ferramenta forneceram. Python, por outro lado, oferece total liberdade para realizar qualquer tipo de análise, desde Machine Learning (regressões logísticas, modelos de clusterização), testes estatísticos robustos, análises de séries temporais, até a criação de modelos de previsão de vendas e análises personalizadas com Visão Computacional.

  9. Controle dos recursos computacionais:
  10. Em ferramentas gráficas, o processamento de dados é uma "caixa preta", você não sabe como os cálculos são feitos ou se estão sendo eficientes. Com Python, você tem controle total. É possível paralelizar cálculos usando bibliotecas como Dask e Joblib, distribuindo o processamento por múltiplos núcleos do processador, ou até mesmo descarregar cálculos para a GPU com QPI e Rapids. Isso pode resultar em ganhos de performance de 10.000 vezes, transformando análises de horas em segundos.

  11. Personalização ilimitada na apresentação de dados:
  12. Além de dashboards, Python permite gerar relatórios PDF totalmente personalizados, enviar informações automaticamente por e-mail, WhatsApp ou Telegram, e até criar APIs para que outros sistemas consumam seus dados. A liberdade de saída é ilimitada, permitindo que você construa suas próprias ferramentas e gráficos que ainda não existem.

  13. Custo e propriedade:
  14. Excel e Power BI são produtos da Microsoft, pagos e sujeitos às decisões da empresa (preços, descontinuação, remoção de funcionalidades) . Python é uma linguagem gratuita e de código aberto, desenvolvida por uma comunidade global. Isso significa que a ferramenta é sua, o poder é seu, e você não está refém de uma única empresa ou de suas atualizações.

A Curva de aprendizagem e o futuro com a IA

É verdade que aprender Python exige mais dedicação do que simplesmente "arrastar e soltar" em ferramentas gráficas. Um iniciante pode levar cerca de 3 meses para começar a produzir bons resultados. No entanto, o domínio de Python abre portas para posições que pagam muito mais, com diferenças salariais que podem ser de duas a três vezes maiores, inclusive em vagas internacionais de engenharia e ciência de dados.

Além disso, a ascensão da programação assistida por IA (como ChatGPT, Gemini, Copilot, Claude.AI, etc) está revolucionando o aprendizado. A IA pode programar para você, e sua função será supervisionar e corrigir. Isso gera um enorme ganho de produtividade. O mais curioso é que, para aproveitar ao máximo essas ferramentas, é fundamental saber programar, pois você precisa saber o que pedir e como corrigir os erros da IA.

Roteiro para dominar Python na análise de dados

Para aqueles que desejam trilhar o caminho da análise de dados com Python, aqui está um roteiro básico para começar:

  • Fundamentos da Programação em Python:
  • Comece com a lógica de programação, manipulação de dados básicos, estruturas de controle de fluxo, loops, funções e programação orientada a objetos.

  • Análise de dados básica e visualização:
  • Domine bibliotecas como Pandas (considerado um "Excel com esteroides" em Python), Matplotlib e Seaborn para transformar e visualizar dados.

  • Trabalho com APIs e Bancos de Dados:
  • Aprenda a consumir informações de APIs e bancos de dados e a inseri-las em suas análises.

  • Construção de Dashboards:
  • Utilize bibliotecas poderosas como Plotly e Seaborn para transformar suas análises em algo visualizável para sua equipe.

  • Automação de Processos:
  • Entenda como automatizar todo o processo para garantir atualizações em tempo real dos dashboards e a estabilidade do sistema, permitindo que novos usuários acessem os dados sem quebrar o fluxo.

Este é um roteiro fundamental para um analista de dados, que pode ser seguido de forma autônoma, embora o processo possa ser mais desafiador sem uma estrutura clara e mentoria.

Considerações finais

A migração do mercado de dados para Python não é uma moda passageira, mas uma resposta às crescentes demandas por flexibilidade, performance e controle. As ferramentas gráficas, por mais acessíveis que sejam, impõem limitações que se tornam barreiras para quem busca levar a análise de dados a um nível profissional.

Você está pronto para dominar a ferramenta que o mercado exige e desbloquear todo o seu potencial na análise de dados?

Feito!

quarta-feira, 23 de julho de 2025

5 habilidades que a IA jamais irá substituir

Em um mundo onde a Inteligência Artificial (IA) avança a passos largos, é comum ouvirmos que ela pode substituir programadores e diversas outras profissões. Mas será que é bem assim? É crucial refletirmos sobre as características que nos tornam únicos e diferentes da IA. A verdade é que existem cinco habilidades intrinsecamente humanas que a IA dificilmente conseguirá replicar, elevando nosso papel no futuro da tecnologia.

  1. Pensamento criativo e inovação genuína
  2. A inteligência artificial é excelente em otimizar e gerar código com base em padrões existentes. No entanto, a capacidade de pensar "fora da caixa", de conceber soluções disruptivas para problemas ainda não resolvidos ou de criar conceitos totalmente novos, continua sendo uma prerrogativa humana. A verdadeira inovação e a visão para o futuro da tecnologia dependem da nossa criatividade e intuição.

  3. Compreensão profunda do contexto humano e de negócios
  4. Programar vai muito além de escrever código; trata-se de resolver problemas para pessoas e empresas. Isso exige uma compreensão das nuances das necessidades humanas, das complexidades dos modelos de negócios, das expectativas dos usuários e das implicações éticas e sociais de uma tecnologia. A IA, por sua natureza, tem dificuldade em contextualizar essas subjetividades, tornando a interpretação humana insubstituível .

  5. Habilidades de comunicação, colaboração e liderança
  6. O desenvolvimento de software é um esporte de equipe. Nossa capacidade de comunicar ideias complexas (mesmo as não-técnicas), colaborar em equipes multidisciplinares, negociar requisitos, resolver conflitos interpessoais e inspirar e liderar outros seres humanos são qualidades intrinsecamente humanas. Embora a IA possa facilitar a comunicação, ela não pode substituir a profundidade da construção de relacionamentos interpessoais ou a motivação que um líder humano oferece.

  7. Resolução de problemas não estruturados e pensamento crítico
  8. A IA é brilhante em solucionar problemas claramente definidos. Contudo, quando nos deparamos com problemas ambíguos, informações incompletas ou contraditórias, ou cenários completamente novos sem dados preexistentes, o pensamento crítico humano é insubstituível. A habilidade de fazer as perguntas certas, adaptar-se rapidamente a requisitos em constante mudança e discernir a verdade em situações caóticas parece ser uma característica exclusivamente humana.

  9. Adaptabilidade emocional e resiliência
  10. O mundo da tecnologia está em constante mudança, com prazos apertados, bugs frustrantes e falhas inesperadas. A adaptabilidade emocional, a capacidade de gerenciar o estresse, aprender com os erros, manter a resiliência diante da adversidade e reinventar-se profissionalmente, são habilidades ligadas à inteligência emocional e à experiência de vida. A IA não experimenta emoções nem lida com a frustração da mesma forma que um ser humano.

    Essas habilidades não apenas garantem a relevância dos profissionais, mas também os elevam a um papel mais estratégico e impactante no futuro da tecnologia . Embora seja difícil prever o futuro da IA, essas características humanas nos mantêm no centro da inovação e da solução de problemas.

Considerações finais

Em meio a tantas discussões sobre o futuro da inteligência artificial, é fundamental lembrarmos que a tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas o elemento humano continua sendo insubstituível em sua essência. As habilidades que nos tornam criativos, empáticos, colaborativos e resilientes são as que verdadeiramente impulsionarão a inovação e a resolução de problemas complexos no futuro. A IA pode otimizar processos e gerar soluções baseadas em dados existentes, mas a capacidade de sonhar, de sentir e de se adaptar a um mundo em constante mudança é intrínseca à nossa humanidade.

E você, quais outras habilidades você acredita que a IA nunca conseguirá substituir?

Feito!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

PHP 8.5: Todas as novidades e recursos explicados com exemplos

O PHP 8.5 chegou trazendo recursos que tornam o código mais limpo, seguro e performático. Como desenvolvedor sênior em PHP, vejo essa versão como um passo importante na modernização da linguagem, com novidades que vão facilitar o dia a dia tanto de quem trabalha com back-end puro quanto em frameworks como Laravel, Symfony ou APIs REST.

A seguir, você confere um resumo das principais novidades do PHP 8.5, explicadas de forma prática, com exemplos e insights de como aplicar cada recurso no mundo real.

  1. Pipe Operator (|>): Código mais limpo e funcional
  2. Agora podemos encadear chamadas de funções de forma mais legível:

    
    $result = "hello"
        |> strtoupper(...)
        |> trim(...)
        |> ucfirst(...);
    
    

    Por que é útil?

    Evita variáveis temporárias e deixa pipelines de dados (ex.: sanitização de input ou processamento em APIs) muito mais fáceis de entender.

  3. First-Class Callables em constantes
  4. 
    class Utils {
      public static function log($msg) { /*...*/ }
    }
    const LOGGER = Utils::log(...);
    LOGGER("teste");
    
    

    Por que é útil?

    Permite definir callbacks reutilizáveis sem precisar de funções auxiliares, ótimo para roteadores de frameworks, middlewares ou eventos.

  5. Closures em expressões constantes
  6. 
    const FILTER = static fn($v) => is_string($v);
    
    

    Por que é útil?

    Melhora a expressividade em configurações dinâmicas, atributos e metaprogramação.

  7. Funções de Array: array_first() e array_last()
  8.  
    $array = [10, 20, 30];
    echo array_first($array); // 10
    echo array_last($array);  // 30
    
    

    Por que é útil?

    Substitui reset() e end() com uma sintaxe muito mais intuitiva.

  9. Visibilidade Assimétrica para static
  10. 
    class Settings {
      public private(set) static string $mode = 'live';
    }
    
    

    Por que é útil?

    Permite leitura pública, mas escrita apenas dentro da classe, reforçando encapsulamento.

  11. Atributos em constantes
  12. 
    #[Deprecated("use NEW_CONST")]
    const OLD_CONST = 123;
    
    

    Por que é útil?

    Facilita a gestão de código legado, mostrando depreciações de forma clara.

  13. 7. #[\NoDiscard]: Não ignore o retorno
  14. 
    #[\NoDiscard]
    function calc(): int { return 42; }
    
    

    Por que é útil?

    Gera aviso se o retorno for ignorado, evitando bugs sutis.

  15. Melhorias no debug de erros fatais
  16. Agora temos backtraces completos para erros fatais, tornando diagnósticos muito mais rápidos.

  17. Novas Funções para Handlers
  18. 
    get_error_handler()
    
    get_exception_handler()
    
    

    Por que é útil?

    Facilita a manipulação de handlers dinâmicos em frameworks e middlewares.

  19. PHP_BUILD_DATE: Data de compilação
  20. 
    echo PHP_BUILD_DATE;
    
    

    Por que é útil?

    Ajuda em auditorias e ambientes complexos de CI/CD.

  21. Novidades no cURL
  22. curl_multi_get_handles() lista todas as conexões em uso.

    curl_share_init_persistent() permite conexões persistentes com cache.

    Por que é útil?

    Excelente para aplicações que fazem muitas requisições paralelas a APIs externas.

  23. Localização: locale_is_right_to_left()
  24. 
    $isRTL = locale_is_right_to_left("fa_IR"); // true
    
    

    Por que é útil?

    Facilita adaptação de layouts para idiomas RTL como árabe ou hebraico.

  25. IntlListFormatter: Listas Localizadas
  26. 
    $fmt = new IntlListFormatter("en", TYPE_CONJUNCTION, STYLE_LONG);
    echo $fmt->format(["maçã","banana","cereja"]);
    
    

    Por que é útil?

    Melhora a experiência do usuário em aplicações multilíngues.

  27. CLI: php --ini=diff>/li>

    Mostra apenas as configurações modificadas no php.ini.

    Por que é útil?

    Ideal para debug de ambiente e deploys.

Considerações finais:

O PHP 8.5 prova que a linguagem está mais moderna e voltada para produtividade. Recursos como pipe operator, callables em constantes e melhorias no debug são game changers para qualquer projeto.

Se você ainda está no PHP 5.6,7.x ou 8.0, já é hora de planejar a migração para aproveitar não só os recursos, mas também as otimizações de performance e segurança.

Referências

https://php.watch/versions/8.5

Feito!

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Depuração de sistemas de forma eficiente

Quando um paciente chega ao consultório com uma dor ou um cliente leva o carro à oficina com um barulho estranho, o médico ou o mecânico não começa a "consertar" imediatamente. Eles ouvem, perguntam, investigam, fazem testes e somente depois aplicam uma solução.

Curiosamente, esse processo é exatamente o que deveria acontecer ao depurar sistemas em produção ou desenvolvimento. No entanto, muitos desenvolvedores, até os mais experientes, pulam etapas cruciais da investigação, o que leva a correções incompletas ou efeitos colaterais indesejados.

No presente artigo, exploramos como aplicar a mentalidade investigativa de médicos e mecânicos no contexto da depuração de software, com exemplos práticos e boas práticas.

Analogia: Médico, Mecânico e Engenheiro de Software

O Médico

Sintoma: "Estou com dor no estômago."

Processo: O médico coleta informações, localização da dor, histórico clínico, alimentação recente, realiza exames.

Diagnóstico: Pode ser gastrite, apendicite ou intoxicação.

Tratamento: Cada causa exige um tratamento diferente. Errar o diagnóstico pode ser fatal.

O Mecânico

Sintoma: "Meu carro está fazendo um barulho ao frear."

Processo: O mecânico verifica os freios, discos, pastilhas, e até a suspensão, se necessário. Pode testar o carro.

Diagnóstico: Pastilhas gastas? Disco empenado? Braço da suspensão solto?

Solução: Substituição de peças específicas.

O Engenheiro de Software

Sintoma: "O relatório financeiro está com valores incorretos."

Processo: O engenheiro de software coleta logs, analisa dados de entrada, reproduz o bug, inspeciona código e dependências.

Diagnóstico: Erro de arredondamento? Consulta SQL mal construída? Falha na atualização de cache?

Correção: Refatoração pontual ou ajuste nos dados.

Etapas da depuração: O processo diagnóstico

A seguir, adaptamos o processo de investigação médica/mecânica para o contexto de sistemas:

  1. Coleta de sintomas (relato do bug)
  2. Escute com atenção o relato do usuário.

    Pergunte: Quando começou? Ocorre sempre? Com que frequência? Em qual ambiente (produção, homologação)?

    Exemplo: Um cliente relata que ao gerar relatório no dia 1º de cada mês, ele mostra dados duplicados.

  3. Reprodução controlada
  4. Tente reproduzir o erro em ambiente de teste, com os mesmos dados e condições.

    Se o bug não for reproduzível, pode haver uma condição de corrida ou dependência externa.

  5. Inspeção de logs e métricas
  6. Logs são o raio-X do software.

    Ferramentas como ELK Stack, Grafana, ou até um simples tail -f ajudam a visualizar eventos relevantes.

    Exemplo: Ao verificar os logs, percebe-se que o sistema gera o relatório duas vezes quando o agendamento cron executa com atraso.

  7. Hipóteses e testes

    strong>Elabore hipóteses: "E se o problema estiver no agendador?" "E se os dados vierem duplicados do banco?"

    Valide cada hipótese isoladamente, como um médico pede exames complementares.

  8. Diagnóstico
  9. Identifique a causa-raiz, e não apenas o efeito.

    Ferramentas úteis: Debuggers, breakpoints, análise estática, cobertura de testes, git blame.

  10. Correção e prevenção
  11. Corrija o problema de forma específica e escreva testes automatizados para cobrir o caso.

    Se possível, implemente alertas ou logs adicionais para prevenir regressões.

O que evitar

  • "Corrigir" o bug sem entender a causa (ex: esconder o erro com um try/catch vazio).
  • Alterar o código em produção com base em achismos.
  • Ignorar os logs e os testes, é como um médico ignorar exames de sangue.

Boas práticas para depuração

  • Mantenha os logs claros e contextuais.
  • Use feature flags para testar correções.
  • Documente o erro e a solução (como um prontuário médico).
  • Utilize versionamento no banco de dados e código-fonte.
  • Tenha testes automatizados de regressão.

Considerações finais

Depurar sistemas não é apenas consertar bugs, é investigar com método, cuidado e lógica. Da mesma forma que um médico salva vidas com um diagnóstico preciso, e um mecânico evita acidentes ao revisar corretamente um freio, o engenheiro de software protege a confiabilidade do sistema ao aplicar a depuração com rigor técnico.

Depurar é diagnosticar. Corrigir é tratar. Testar é prevenir.

Se gostou dessa analogia, compartilhe com sua equipe e comente como você conduz o processo de depuração no seu dia a dia!

Feito!

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Entenda o conceito que está revolucionando o desenvolvimento de software

A área de tecnologia está em constante transformação, e um dos conceitos mais importantes da atualidade é o DevOps. Mais do que uma simples combinação entre "Desenvolvimento" e "Operações", o DevOps representa uma mudança cultural e técnica que tem ajudado empresas a entregar software de forma mais rápida, segura e eficiente.

No presente artigo, vamos explorar o que é DevOps, por que ele surgiu, quais são seus principais benefícios e como essa prática tem mudado a forma como times de tecnologia trabalham em conjunto.

Por que surgiu o DevOps?

Durante muito tempo, as áreas de desenvolvimento e infraestrutura (operações) trabalhavam de forma isolada. O time de desenvolvimento era responsável por escrever o código, enquanto o time de operações cuidava da infraestrutura e da publicação do sistema. Essa separação gerava atrasos, conflitos e até falhas em produção, principalmente quando havia mudanças frequentes.

Foi nesse contexto que surgiu o DevOps, como uma resposta à necessidade de melhorar a comunicação entre os times, automatizar processos e garantir entregas mais confiáveis. O termo começou a ganhar força por volta de 2009, a partir de comunidades de tecnologia que buscavam uma cultura mais colaborativa.

O que é DevOps, afinal?

DevOps é um conjunto de práticas, ferramentas e uma cultura organizacional que visa integrar os times de desenvolvimento (Dev) e operações (Ops), promovendo colaboração contínua ao longo de todo o ciclo de vida do software, desde o planejamento e desenvolvimento até a entrega e manutenção em produção.

O foco do DevOps é criar um ambiente onde as equipes possam trabalhar de forma conjunta, entregando valor de forma contínua, ágil e com qualidade.

Quais são os pilares do DevOps?

Para funcionar bem, o DevOps se apoia em alguns pilares fundamentais:

  • Colaboração:
  • Times multidisciplinares que trabalham juntos com objetivos em comum.

  • Automação:
  • Processos como testes, integração contínua, entrega contínua e monitoramento são automatizados.

  • Integração Contínua (CI):
  • Cada alteração de código é integrada ao projeto automaticamente, garantindo testes e feedback rápidos.

  • Entrega Contínua (CD):
  • Novas versões do sistema são entregues com frequência e com menos riscos.

  • Monitoramento e feedback:
  • O sistema é monitorado em tempo real e os times utilizam os dados para melhorar continuamente.

Benefícios do DevOps

Adotar DevOps traz uma série de benefícios para empresas e profissionais de tecnologia. Entre os principais, destacam-se:

  • Entregas mais rápidas e frequentes de software;
  • Maior confiabilidade nas implantações em produção;
  • Redução de erros e falhas;
  • Melhoria na colaboração entre áreas;
  • Maior satisfação do cliente.

Além disso, o DevOps permite uma melhor adaptação a mudanças, essencial em um mercado tão dinâmico como o de tecnologia.

DevOps é só ferramenta?

Embora existam muitas ferramentas que suportam práticas DevOps (como Jenkins, Docker, Kubernetes, GitLab CI/CD, entre outras), é importante entender que DevOps é, antes de tudo, uma mudança de cultura.

Sem colaboração entre os times e comprometimento com a melhoria contínua, nenhuma ferramenta será suficiente para garantir o sucesso da adoção de DevOps.

Considerações finais:

DevOps é uma abordagem que vem transformando a maneira como desenvolvemos e entregamos software. Ao unir desenvolvimento e operações com foco em automação, colaboração e melhoria contínua, as empresas conseguem ser mais ágeis, resilientes e inovadoras.

Se você trabalha com tecnologia, seja como desenvolvedor, administrador de sistemas, QA ou gestor, entender e aplicar os princípios de DevOps pode ser um diferencial importante na sua carreira e nos resultados da sua equipe.

Feito!

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Por que você deveria usar Docker no seu projeto?

Se você é desenvolvedor há algum tempo, com certeza já ouviu, ou falou, a famigerada frase: "Ué, na minha máquina funciona!".

Geralmente ela surge naquele momento crítico em que você compartilha seu projeto com alguém da equipe (ou vai subir pro servidor), a pessoa segue a documentação (às vezes até bem feita), instala as dependências, executa o build… e boom!

Erro.

Na sua máquina está tudo liso. Mas do outro lado da tela, tudo quebra.

O culpado? Nem sempre é o código.

Na maioria das vezes, o vilão está escondido em detalhes sutis: a versão do Java instalada, o Node.js diferente, uma lib do sistema que não está presente, ou até o próprio sistema operacional.

É aqui que entra um dos maiores aliados da consistência no desenvolvimento moderno: o Docker.

O que é Docker (de forma simples)?

Docker é uma plataforma que permite "empacotar" uma aplicação com tudo o que ela precisa para executar: sistema, bibliotecas, dependências, ferramentas, versão específica de runtime, tudo mesmo.

Esse "pacote" é chamado de container. Ele roda de forma isolada, como se fosse uma mini-máquina configurada só para a sua aplicação, e que funciona igualzinha em qualquer lugar.

Por que usar Docker no seu projeto?

  1. Ambiente padronizado para todos
  2. Não importa se quem vai executar o projeto usa Windows, Linux ou macOS. Com Docker, o ambiente de execução é exatamente o mesmo.

    O famoso "na minha máquina funciona" vira "funciona igual em qualquer máquina".

  3. Documentação viva
  4. O Dockerfile e docker-compose.yml viram a documentação executável do seu ambiente.

    Em vez de dizer "instale o PostgreSQL 13", "instale o Java 8/11/17", "instale o PHP 8.3", você diz: docker-compose up.

    Simples, direto, sem margem para erro humano.

  5. Facilidade para novos desenvolvedores
  6. Quantas vezes você já perdeu um ou dois dias configurando o ambiente para alguém novo no time?

    Com Docker, isso cai para alguns minutos. A pessoa só precisa ter Docker instalado, clonar o repositório e subir os containers.

  7. Isolamento real
  8. Você pode ter dois projetos rodando com versões completamente diferentes de uma linguagem ou banco de dados, sem conflitos.

    Um usando Node 18, outro executando Python 3.7 com PostgreSQL 9? Sem problema.

  9. Ambiente próximo ao de produção
  10. Se você sobe sua aplicação em produção usando containers, nada mais justo do que desenvolver e testar no mesmo ambiente.

    Menos surpresas, menos bugs de "ambiente".

Mas e o desempenho? Não complica demais?

Essa é uma dúvida legítima. Sim, dependendo do sistema operacional (Windows 😂), o Docker pode consumir mais recursos. Mas nos últimos anos, ele melhorou bastante em desempenho e integração nativa. Graças o suporte de WSL2, que permite instalar o Docker no Ubuntu via WSL, sem precisar do Docker Desktop.

Além disso, com o tempo você percebe que o pequeno custo de performance se paga facilmente pela economia de tempo, confiabilidade e tranquilidade de saber que o projeto vai executar bem onde quer que esteja.

Considerações finais

Docker não é moda. É uma das ferramentas mais poderosas que surgiram para tornar o desenvolvimento mais previsível, colaborativo e escalável.

Se você está cansado de ouvir (ou dizer) "na minha máquina funciona", talvez esteja na hora de subir o seu projeto com docker-compose.yml e entrar de vez no mundo dos containers.

Porque no fim das contas, o que a gente mais quer é isso:

Que funcione. Em todas as máquinas. Sem drama.

Nota final

Docker é uma ferramenta poderosa, mas não é um martelo para todos os pregos.

Projetos que exigem acesso direto a hardware, interfaces gráficas nativas ou virtualização avançada (como emuladores de Android, Arduino, ou dispositivos USB) podem encontrar no Docker mais limitação do que benefício.

E tudo bem.

Isso não é uma falha no seu projeto, é apenas uma questão de usar a tecnologia certa no lugar certo.

Feito!

terça-feira, 1 de julho de 2025

Qual o melhor Sistema Operacional para Desenvolvedores?

Uma visão honesta de quem está há mais de 10 anos no campo de batalha.

Quando alguém me pergunta "qual é o melhor sistema operacional para desenvolvimento?", minha resposta automática costuma ser: depende. E não é uma forma preguiçosa de responder. É porque realmente depende do contexto, da linguagem, do tipo de projeto e até do seu gosto pessoal. Mas depois de mais de uma década mergulhado em código de aplicações web a scripts de automação, de APIs em nuvem a sistemas embarcados, aprendi que cada sistema tem suas vantagens (e dores).

No presente post, vou comentar sobre os quatro principais candidatos: uma distro Linux (como Ubuntu ou Fedora), macOS, FreeBSD e Windows. Spoiler: todos funcionam. Mas uns funcionam melhor dependendo do seu objetivo.

Linux: O queridinho dos devs raiz

Se você trabalha com backend, cloud, containers, automação, DevOps ou simplesmente curte ter o controle do seu ambiente, Linux é quase imbatível. O terminal é poderoso, a performance é sólida e quase tudo que executa em produção na nuvem, executa em Linux.

Vantagens:

  • robusta, personalizável, e amigável a scripts.
  • Integração nativa com ferramentas como Docker, Git, Node, Python, Go etc.
  • É gratuito e leve (especialmente distros como Arch ou Debian).
  • Ideal para quem quer entender o que está acontecendo "por baixo dos panos".

Desvantagens:

  • Pode exigir mais curva de aprendizado para quem vem do Windows.
  • Suporte a hardware (especialmente placas Wi-Fi ou impressoras) ainda pode ser uma dor.
  • Softwares como Adobe, MS Office, etc., não funcionam nativamente.
  • Para quem é: Devs backend, DevOps, SysAdmins, Cientistas de Dados, ou qualquer um que goste de uma abordagem hands-on.

macOS: O equilíbrio entre Unix e usabilidade

Se você desenvolve para iOS/macOS, você precisa de um Mac, ponto. Mas mesmo fora do ecossistema Apple, o macOS é uma ótima escolha para devs que querem a estabilidade e poder do Unix com uma interface polida e um ecossistema de ferramentas premium.

Vantagens:

  • Terminal baseado em Unix (zsh/bash), com boa compatibilidade POSIX.
  • Excelente suporte a linguagens como Python, Ruby, Node.js, embora todas precisem ser instaladas e gerenciadas com ferramentas como pyenv, rbenv e nvm.
  • Interface gráfica polida e integração com o hardware Apple.
  • Ideal para quem quer produtividade em um sistema robusto, mas ainda amigável.

Observações importantes:

O Docker não executa nativamente no macOS. Ele depende de uma máquina virtual leve (HyperKit/AppleHV) para simular o kernel Linux, o que pode impactar desempenho em alguns cenários.

Apesar de o Python vir pré-instalado, costuma ser uma versão desatualizada usada pelo sistema. Desenvolvedores geralmente precisam gerenciar múltiplas versões manualmente.

Desvantagens:

  • Custo elevado.
  • Atualizações podem quebrar ambientes de desenvolvimento se não forem feitas com cautela.
  • Menos liberdade para personalizar o sistema profundamente (em comparação ao Linux).
  • Para quem é: Desenvolvedores iOS, web, front-end, ou quem busca um ambiente Unix-like com visual refinado e conforto no uso diário.

Windows: O mais comum e... agora muito mais útil

Por muito tempo, o Windows foi visto como o pior ambiente para desenvolvimento. Mas isso mudou drasticamente com o WSL (Windows Subsystem for Linux). Hoje é totalmente viável programar em Windows, especialmente se você trabalha com .NET, C#, ou precisa de compatibilidade com softwares corporativos.

Vantagens:

  • Compatibilidade com todos os softwares comerciais.
  • Visual Studio (que ainda é imbatível para C# e C++).
  • WSL2 permite executar Linux dentro do Windows com performance decente.
  • Ideal para ambientes corporativos e desenvolvimento de jogos com DirectX.

Desvantagens:

  • Gerenciamento de dependências e pacotes ainda é mais confuso.
  • O sistema pode ficar instável com muitas customizações.
  • Terminal padrão ainda é inferior (mas o Windows Terminal e o PowerShell melhoraram bastante).
  • Para quem é: Devs C#, .NET, Unity, SQL Server, devs corporativos que precisam de Office, e quem trabalha com automação para Windows.

FreeBSD: Para os corajosos e curiosos

FreeBSD não é mainstream, mas quem já usou sabe: é rápido, seguro e com um sistema de permissões e gerenciamento de rede excelente. Se você é o tipo de dev que gosta de montar servidores otimizados, entender o sistema profundamente ou está buscando estabilidade acima de tudo, vale testar.

    Vantagens:

  • Estabilidade lendária.
  • Sistema de ports eficiente.
  • Ótimo para servidores e redes.

Desvantagens:

  • Curva de aprendizado íngreme.
  • Poucos tutoriais voltados para desenvolvimento moderno.
  • Suporte de ferramentas e IDEs limitado.
  • Para quem é: Devs hardcore, administradores de sistemas, especialistas em redes, ou quem quer aprender além do mainstream.

E no final, qual eu uso?

Hoje, pessoalmente, meu setup principal é o Linux (Ubuntu LTS) no notebook, mas por muitos anos usei o Slackware e o Debian no desktop. Aliás, o Slackware ainda é uma ótima escolha para quem quer aprender Linux no modo raiz, hands-on de verdade. Atualmente, meus servidores executam Debian, pela estabilidade e confiabilidade que oferece. Também já usei Windows por anos. Além disso, aprendi muito explorando o FreeBSD.

No fim das contas, o sistema operacional não faz o desenvolvedor, é apenas uma ferramenta. A melhor escolha é aquela que te permite ser produtivo, feliz e resolver problemas reais.

Dica de ouro: Se você está confortável com um sistema e ele te permite trabalhar bem, continue com ele. Se está te atrapalhando, experimente outro. Nada é definitivo.

E você, qual sistema usa para programar? E por quê?

Deixe nos comentários!

Se você evitar esses deslizes, com certeza terá uma base sólida para crescer na carreira de forma consistente e profissional.

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Feito!

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Entendendo o Git Flow

No desenvolvimento de software moderno, manter um controle eficiente do código-fonte é essencial para garantir a estabilidade, a organização e a escalabilidade do projeto. Uma das estratégias mais consolidadas para isso é o uso do Git Flow, um modelo de ramificação (branching) que oferece um fluxo de trabalho bem definido para times de desenvolvimento.

No presente artigo, vamos apresentar como o Git Flow organiza o ciclo de vida das branches, além de destacar como essa prática melhora a qualidade e a previsibilidade das entregas em projetos de software.

O que é o Git Flow?

O Git Flow é uma convenção de uso do Git proposta por Vincent Driessen que define uma estrutura clara de branches para apoiar os ciclos de desenvolvimento, testes, homologação e produção. Ele é especialmente útil em times que trabalham com entregas contínuas ou release planejados.

Estrutura de Branches no Git Flow

Veja abaixo como estruturar seu repositório Git usando Git Flow:

  • master/main
  • Contém o código em produção. Deve estar sempre estável, pois representa a versão em uso pelos usuários finais.

  • develop
  • Branch onde ocorre o desenvolvimento contínuo. Serve como base para novas features, e é aqui que as funcionalidades são integradas antes de ir para produção.

    feature/idTask-nome

    Cada nova funcionalidade é desenvolvida em uma branch própria a partir de develop, identificada por um ID de tarefa (como no Jira ou Trello).

    Ex: feature/1234-login-social.

  • hotfix/nome
  • Correções urgentes feitas a partir da main, utilizadas para corrigir bugs críticos em produção. Após o merge, as alterações devem ser integradas também na develop.

  • release/x.y.z
  • Quando as funcionalidades em develop estão prontas, uma branch release é criada para testes finais, ajustes e preparação da versão de produção.

Fluxo Ilustrado

Abaixo está um diagrama simplificado ilustrando esse fluxo de trabalho com base nas boas práticas descritas:

Por que usar Git Flow?

  • Organização:
  • Separação clara entre produção, desenvolvimento e funcionalidades.

  • Segurança:
  • O código em produção (main) permanece sempre confiável.

  • Escalabilidade:
  • Permite que vários desenvolvedores trabalhem paralelamente sem conflitos.

  • Automação e CI/CD:
  • Facilita pipelines de integração e entrega contínua, com regras claras por branch.

  • Facilidade de rollback e hotfixes:
  • Bugs em produção podem ser resolvidos rapidamente e reintegrados ao desenvolvimento.

    Considerações finais

    O uso do Git Flow é uma excelente prática para equipes de desenvolvimento que precisam lidar com múltiplas features, correções e versões simultaneamente. Ele fornece um modelo claro e eficaz para gerenciar o ciclo de vida do código, promovendo estabilidade em produção e agilidade no desenvolvimento.

    Se sua equipe ainda não segue um modelo de branching, o Git Flow é um ótimo ponto de partida para estruturar o controle de versões de forma madura e escalável.

    Referências

    Git Flow – by Vincent Driessen

    Feito!

terça-feira, 24 de junho de 2025

5 Habilidades que valem mais que diploma de curso superior em TI

No mercado de tecnologia atual, ter um diploma de TI já não é garantia de sucesso ou de salários altos. A saturação de profissionais que sabem programar faz com que as empresas busquem algo além do conhecimento técnico tradicional. Elas querem profissionais que dominem habilidades que a faculdade não ensina direito, mas que fazem toda a diferença no dia a dia e na carreira.

Aqui estão as 5 habilidades essenciais que podem transformar sua carreira em TI e te destacar no mercado:

  1. Comunicação Estratégica
  2. Não é só ser comunicativo ou engraçado em reuniões. É a capacidade de traduzir termos técnicos para a linguagem do negócio, explicando para gestores e colegas o valor das suas soluções. Isso gera valor real para a empresa e te torna indispensável.

  3. Mentalidade de Dono
  4. Empresas querem profissionais que vão além do básico, que tomam iniciativa e cuidam dos projetos como se fossem seus. Resolver problemas, sugerir melhorias e entregar resultados sem precisar de supervisão constante é o que diferencia um colaborador comum de um verdadeiro líder.

  5. Marketing Pessoal
  6. Mostrar seu trabalho e construir uma marca pessoal é fundamental. Um diploma fica guardado numa gaveta, mas um perfil otimizado no LinkedIn, portfólio no GitHub e artigos em blogs trabalham por você o tempo todo, atraindo oportunidades.

  7. Visão de Produto
  8. Entender o “porquê” do código que você escreve: quem é o usuário final, qual problema estamos resolvendo e como isso ajuda a empresa a crescer. Profissionais com visão estratégica são vistos como parceiros do negócio e recebem os melhores salários.

  9. Resiliência e Inteligência Emocional
  10. O mundo da tecnologia é cheio de pressão, prazos apertados e críticas constantes. Saber lidar com feedbacks, trabalhar em equipe, controlar o estresse e aprender com os erros é o que mantém você firme e valorizado.

    Considerações finais

    O diploma abre a porta, mas são essas habilidades que fazem você reinar no mercado de TI. Invista nelas para construir uma carreira sólida, lucrativa e à prova do tempo.

    E você, qual habilidade acha que falta no ensino formal e é essencial para um profissional de tecnologia? Deixe seu comentário!

    Feito!

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Encriptação de Dados Sensíveis no MySQL

Quando lidamos com dados sensíveis, como CPF, telefone ou informações bancárias de usuários, a segurança da informação torna-se um dos pilares mais importantes de um sistema. Uma prática fundamental é armazenar esses dados de forma encriptada no banco de dados.

Exemplo prático: Encriptação de CPF no MySQL

Considere a seguinte estrutura de tabela:


CREATE TABLE clientes (
    id INT PRIMARY KEY AUTO_INCREMENT,
    nome VARCHAR(100),
    cpf VARBINARY(255)
);

Como funciona a encriptação com AES_ENCRYPT

O MySQL oferece a função AES_ENCRYPT(valor, chave) para encriptar dados. Aqui:

  • valor:
  • é o dado sensível que queremos proteger (por exemplo, o CPF).

  • chave:
  • é uma senha secreta utilizada no processo de encriptação e decriptação. Importante: A chave nunca deve ser armazenada dentro da própria base de dados. O ideal é mantê-la em um arquivo de configuração da aplicação ou em um gerenciador de segredos (Vault, AWS Secrets Manager, etc).

  • Recomendações sobre a chave:
  • A chave de encriptação deve ter pelo menos 16 bytes para evitar warnings e garantir maior segurança.

Exemplo de inserção de dados encriptados:


INSERT INTO clientes (nome, cpf) 
      VALUES ('Bjorn', 
             AES_ENCRYPT('123.456.789-00', 
             'chave_secreta_16b'));

Como realizar a decriptação dos dados:

Para visualizar os dados de forma legível, usamos a função AES_DECRYPT(coluna, chave):


SELECT nome, 
       CONVERT(AES_DECRYPT(cpf, 'chave_secreta_16b') 
       USING utf8) AS cpf 
FROM clientes;

Dica:

É recomendado sempre usar o CONVERT(... USING utf8) para transformar o resultado binário em texto legível.

Considerações importantes

Consistência nos dados:

Tentar decriptar dados que não foram previamente encriptados com AES causará erros ou retornará valores nulos. Garanta que todos os dados sensíveis sejam sempre armazenados de forma encriptada.

Conformidade com a LGPD:

A prática de encriptar dados sensíveis está totalmente alinhada com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Em caso de um eventual vazamento de dados, as informações estarão ilegíveis para qualquer atacante que não possua a chave de encriptação.

Boas práticas de segurança:

Infelizmente, ainda vemos notícias frequentes de vazamentos de bases de dados de órgãos públicos e grandes empresas. Muitas vezes, os dados estavam armazenados de forma simples e sem criptografia.

Uma política mínima de encriptação já evitaria que tais informações pudessem ser lidas por terceiros não autorizados.

Compatibilidade com MariaDB

As funções AES_ENCRYPT() e AES_DECRYPT() também são suportadas pelo MariaDB, garantindo boa compatibilidade com as versões do MySQL até a 5.7.

Porém, vale uma atenção especial para quem trabalha com MySQL 8.x ou superior, pois algumas mudanças foram introduzidas no modo de criptografia padrão (exemplo: modo de padding e modo de operação AES).

Recomendações ao usar entre MySQL e MariaDB:

Teste a criptografia e decriptação em ambos os ambientes.

Utilize sempre chaves com no mínimo 16 bytes.

Valide se o modo de operação AES é o mesmo entre as versões.

Evite migrações diretas de bases encriptadas entre MySQL 8.x e MariaDB sem testes prévios.

Considerações finais

A segurança de dados não deve ser tratada como um recurso opcional. Encriptar informações sensíveis no banco de dados é uma obrigação para qualquer sistema que armazene dados pessoais.

Com poucas alterações na modelagem e nas queries SQL, já é possível implementar uma camada extra de proteção.

Se você ainda não aplica encriptação de dados sensíveis no seu banco de dados no SGBD MySQL ou MariaDB, o momento de começar é agora.

Feito!

quarta-feira, 18 de junho de 2025

10 erros comuns de desenvolvedores

Iniciar a carreira como desenvolvedor pode ser um desafio cheio de aprendizados e armadilhas. Muitos programadores, especialmente os juniores, cometem erros que podem atrasar seu progresso e dificultar o desenvolvimento de habilidades sólidas. No presente artigo, vamos explorar os 10 erros mais comuns que você deve evitar para acelerar sua evolução na programação.

  1. Querer aprender muitas tecnologias ao mesmo tempo
  2. Um dos maiores erros é tentar aprender várias tecnologias simultaneamente, seja por hype, influência de vídeos ou pressão do mercado. Isso dispersa o foco e dificulta a aprendizagem consistente. O ideal é concentrar-se em uma ou duas tecnologias no máximo para assimilar bem os conceitos e práticas.

  3. Ignorar os conceitos fundamentais
  4. Muitos iniciantes pulam os fundamentos da linguagem, como variáveis, funções e classes, buscando resultados rápidos e visíveis. Porém, entender a base é essencial para construir códigos sólidos e resolver problemas complexos no futuro.

  5. Ficar preso em problemas sem pedir ajuda
  6. Sentir-se obrigado a resolver tudo sozinho é um erro. A comunidade de programadores é vasta e cheia de recursos, fóruns e pessoas dispostas a ajudar. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de inteligência e colaboração.

  7. Copiar e colar código sem entender
  8. Com a facilidade da Inteligência Artificial (IA) e a abundância de códigos na internet, muitos copiam e colam soluções sem compreender o que estão fazendo. Isso pode gerar problemas futuros, principalmente na hora de corrigir erros ou adaptar o código.

  9. Não usar controle de versionamento
  10. Git é uma ferramenta de versionamento essencial no mercado de trabalho e para projetos pessoais. Não dominar o básico do Git é um erro grave que pode comprometer sua organização e colaboração em equipes.

  11. Consultar muitos tutoriais sem praticar (Tutorial Hell)
  12. Assistir a dezenas de vídeos ou tutoriais sobre o mesmo tema sem colocar a mão na massa é improdutivo. O aprendizado real vem da prática: testar, escrever e refatorar código constantemente.

  13. Ignorar as melhores práticas
  14. Programar "do seu jeito" sem considerar padrões e boas práticas resulta em código bagunçado, difícil de manter e inseguro. Aprender com o trabalho de outros desenvolvedores experientes é fundamental para escrever código limpo e eficiente.

  15. Comparar seu processo de aprendizagem com o dos outros
  16. Cada pessoa tem seu ritmo e estilo de aprendizado. Comparar-se com colegas pode gerar ansiedade e desmotivação. Foque no seu progresso e celebre suas conquistas pessoais.

  17. Desvalorizar a documentação
  18. Criar e manter documentação clara, comentários no código e explicações sobre o funcionamento das aplicações é parte do trabalho do programador. Ignorar isso pode dificultar a manutenção e o trabalho em equipe.

  19. Desistir diante das dificuldades
  20. Programar é resolver problemas diariamente. Se você está travado há dias, a solução não é desistir, mas buscar ajuda, revisar o código e persistir. A resiliência é uma qualidade essencial para qualquer desenvolvedor.

Considerações finais

Errar faz parte do processo de aprendizado, mas reconhecer esses erros e corrigi-los rapidamente é o que diferencia um bom desenvolvedor de alguém que ficará estagnado. Além dos pontos citados, vale reforçar uma observação muito importante: escolher o sistema operacional errado para desenvolver pode limitar seu crescimento técnico.

Muitos iniciantes utilizam o Windows como sistema operacional principal, ignorando que a grande maioria dos ambientes de produção em servidores utiliza Linux. Trabalhar diretamente em um ambiente semelhante ao de produção desde o início vai facilitar a familiarização com o terminal, permissões de arquivo, estrutura de diretórios, deploys e ferramentas amplamente utilizadas no mundo real (como Docker, Git, Nginx, entre outros). Isso não significa que o Windows não seja uma boa estação de trabalho para outras finalidades, mas se o seu objetivo é se tornar um desenvolvedor back-end, DevOps, ou trabalhar com cloud e infraestrutura, não utilizar Linux é um erro estratégico que pode te atrasar muito no mercado de trabalho.

O importante é lembrar que a carreira de desenvolvimento é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Foque no aprendizado constante, evite os erros mais comuns e, principalmente, busque se aproximar ao máximo do ambiente real onde suas aplicações irão executar.

Se você evitar esses deslizes, com certeza terá uma base sólida para crescer na carreira de forma consistente e profissional.

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Feito!

sexta-feira, 30 de maio de 2025

O Segredo dos Programadores de Sucesso

Nos últimos anos, a comunidade de programadores tem se concentrado quase exclusivamente nas habilidades técnicas: dominar frameworks modernos, linguagens da moda, arquiteturas complexas e técnicas avançadas. Muitos acreditam que isso é o que diferencia um programador júnior de um pleno ou sênior. No entanto, essa visão é uma armadilha que pode limitar o crescimento profissional.

A Importância das Soft Skills

Apesar de acumular conhecimento técnico por anos, muitos programadores perdem grandes oportunidades para colegas menos técnicos, mas mais habilidosos em habilidades interpessoais, as chamadas Soft Skills. Essas habilidades não técnicas são fundamentais para o sucesso na carreira, especialmente em um mercado onde a Inteligência Artificial (IA) avança rapidamente, automatizando tarefas técnicas.

Enquanto a IA pode gerar código e automatizar processos repetitivos, ela não substitui a capacidade humana de interação, tomada de decisões e influência no ambiente de trabalho. É justamente aí que as soft skills fazem a diferença.

As Três Soft Skills Essenciais para Programadores

  1. Comunicação Persuasiva
  2. Saber comunicar o valor das suas ideias é crucial. Por exemplo, ao propor uma refatoração de código, não adianta focar apenas nos aspectos técnicos. É preciso mostrar para a gestão o impacto positivo que isso terá nos resultados do negócio, usando gatilhos emocionais como:

    Urgência: Mostrar que a inação pode gerar custos maiores e perda de confiança dos clientes.

    Ganância: Demonstrar que o investimento trará maior agilidade e lucro no futuro.

    Essa abordagem conecta a linguagem técnica com a visão estratégica da empresa, aumentando as chances de ser ouvido e ter suas propostas aceitas.

  3. Cuidar da aparência, mesmo no Home Office
  4. A forma como você se apresenta influencia diretamente a percepção das pessoas sobre você e também a sua própria mentalidade. Estudos mostram que pessoas que se vestem melhor têm mais confiança, tomam decisões mais assertivas e são vistas como líderes. Não é necessário usar terno e gravata, mas sim transmitir profissionalismo e preparo, mesmo trabalhando de casa.

  5. Saber lidar com pessoas
  6. A habilidade mais importante de todas é a capacidade de se relacionar bem com colegas, gestores e clientes. Pesquisas indicam que 85% do sucesso profissional está ligado à competência interpessoal, enquanto apenas 15% depende do conhecimento técnico.

    Programadores que dominam essa habilidade conseguem construir relações de confiança, resolver conflitos e influenciar positivamente o ambiente, abrindo portas para promoções e melhores oportunidades.

Considerações finais

Na era da inteligência artificial, o diferencial do programador não está apenas no domínio técnico, mas principalmente nas Soft Skills. Desenvolver comunicação persuasiva, cuidar da aparência e aprender a lidar com pessoas são passos essenciais para se destacar e alcançar o sucesso profissional.

Invista nessas habilidades e veja sua carreira!

Se quiser se aprofundar, recomendo os livros Gatilhos Mentais e Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas para aprimorar sua comunicação e relacionamento interpessoal.

Feito!

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Entendendo a anotação @Transient no Hibernate

Se você já trabalhou com Hibernate ou JPA, é provável que tenha se deparado com a anotação @Transient. Embora simples, seu uso adequado evita persistir dados desnecessários e pode te livrar de uma dor de cabeça lá na frente.

No presente artigo, vamos entender o propósito da anotação @Transient, quando e por que usá-la, e ver um exemplo prático com Hibernate.

O que é @Transient?

A anotação @Transient indica que um determinado campo de uma entidade não deve ser persistido no banco de dados. Ou seja, o Hibernate (ou qualquer implementação JPA) irá ignorar esse campo no momento de salvar ou atualizar a entidade.

É equivalente ao uso da palavra-chave transient do Java, mas no contexto da persistência ORM.

Por que usar @Transient

Algumas situações comuns onde @Transient se torna útil:

  • Campos calculados: Você quer exibir um valor derivado de outros campos, mas não precisa armazená-lo no banco.
  • Campos auxiliares: Dados que são úteis apenas em tempo de execução, como flags de controle ou estruturas temporárias.
  • Evitar dados desnecessários: Ajuda a manter seu modelo de dados enxuto e evita redundância.

Exemplo prático

Vamos imaginar uma entidade Produto que calcula seu valor com desconto apenas em tempo de execução:


import jakarta.persistence.*;
import lombok.Getter;
import lombok.Setter;

@Entity
@Table(name = "TB01_PRODUTO")
@Getter
@Setter
public class Produto {

    @Id
    @GeneratedValue(strategy = GenerationType.IDENTITY)
    private Long id;

    private String nome;

    private Double preco;

    private Double desconto;

    @Transient
    private Double precoFinal;

    
    public Double getPrecoFinal() {
        if (preco != null && desconto != null) {
            return preco - (preco * desconto);
        }
        return preco;
    }
}

Nesse exemplo:

  • O campo precoFinal não será criado na tabela produto.
  • Ele é útil apenas para retorno em uma API ou exibição na UI (User Interface).
  • Ele é calculado dinamicamente sempre que for chamado.

Obervações:

  • Se você esquecer o @Transient e o campo não tiver um setter, o Hibernate pode lançar exceções.
  • @Transient é da JPA, não confundir com transient do Java, que é usado para serialização de objetos Java (por exemplo, em Serializable).

Considerações finais:

A anotação @Transient é uma daquelas ferramentas simples que, quando bem usadas, deixam seu modelo limpo, objetivo e mais alinhado com as boas práticas de arquitetura.

Se um campo não precisa ser persistido, não insista em forçar sua presença no banco. Use @Transient e mantenha a clareza do seu modelo.

Feito!

quarta-feira, 21 de maio de 2025

A desculpa perfeita que alimenta o microgerenciamento

Você já participou de uma reunião de planejamento de Sprint e estimou que uma tarefa levaria dois dias para ser concluída, mas, na prática, ela acabou demorando mais? E quando isso acontece, você sente aquela cobrança silenciosa, como se tivesse assumido um compromisso fixo? Se sim, você não está sozinho, essa é uma situação muito comum no desenvolvimento de software.

O Problema das estimativas como prazos fixos

No mundo do desenvolvimento, estimar é tentar prever o futuro, ou seja, chutar quanto tempo ou esforço uma tarefa vai demandar. Por natureza, toda estimativa envolve incerteza e deve ser vista como uma aproximação, não como um compromisso rígido. Porém, muitos gestores e culturas empresariais distorcem esse conceito, tratando estimativas como prazos fixos que precisam ser cumpridos a qualquer custo.

Esse erro gera um ambiente tóxico, onde o time sofre cobranças veladas e o microgerenciamento se instala. A falsa sensação de controle que as estimativas trazem para a gestão acaba prejudicando a produtividade e a qualidade do código produzido.

Por que estimativas de software estão sempre erradas?

  1. Software é intangível e vivo:
  2. Diferente de uma linha de produção industrial, o desenvolvimento de software é um processo dinâmico, cheio de variáveis técnicas, mudanças e imprevistos que não podem ser medidos ou controlados com precisão.

  3. Falácia do planejamento:
  4. Nosso cérebro cria um "filme mental" perfeito da tarefa, ignorando problemas, bugs e interrupções. Isso faz com que a estimativa seja otimista demais, sem considerar os imprevistos reais.

  5. Lei de Hofstadter:
  6. Mesmo quando você tenta ser realista e adiciona uma "gordurinha" no tempo estimado, a tarefa ainda vai levar mais tempo do que o previsto, porque sempre há algo desconhecido que atrasa.

  7. Lei de Parkinson:
  8. O trabalho se expande para preencher todo o tempo disponível. Se você tem cinco dias para uma tarefa que poderia levar dois, é provável que você procrastine ou invista tempo desnecessário, atrasando a entrega.

  9. Lei da trivialidade (Bike Shedding):
  10. As equipes gastam mais tempo discutindo detalhes simples e fáceis do que enfrentando os problemas complexos, o que distorce a estimativa geral e prejudica o andamento da Sprint.

O Triângulo de ferro e a qualidade do software

O triângulo de ferro da gestão de projetos mostra que só é possível fixar duas variáveis entre escopo, prazo e orçamento, a terceira sempre cede. Quando gestores travam todas as três, a qualidade do software é a variável sacrificada, resultando em código ruim, testes negligenciados e sistemas instáveis.

Como se posicionar diante dessa realidade?

  • Reforce que estimativas são aproximações, não compromissos:
  • Use uma linguagem que deixe claro o grau de incerteza.

  • Recuse escopos com prazos fixos sem negociação:
  • Pergunte qual variável do triângulo de ferro será ajustada.

  • Entenda que você não é adivinho:
  • Seu papel é resolver problemas, não prever o futuro.

  • Busque ambientes que valorizem a qualidade e respeitem o time:
  • Não aceite cobranças injustas que prejudiquem seu trabalho e bem-estar.

Se você já passou por situações assim, sabe o quanto é importante mudar essa cultura para garantir entregas mais realistas, menos estresse e software de qualidade. Afinal, estimativas são ferramentas para planejamento, não correntes que prendem o time.

Feito!

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Por que fundamentos são essenciais antes de confiar na Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado o desenvolvimento de software, oferecendo desde autocompletar de código até geração automática de trechos complexos. Ferramentas como GitHub Copilot, ChatGPT e outras assistentes de programação tornaram-se aliadas para desenvolvedores, aumentando produtividade e criatividade. Porém, há um ponto crucial que muitos iniciantes ignoram: não basta usar IA, é fundamental ter uma base sólida de fundamentos para interpretar e validar as respostas geradas.

Por que o desenvolvedor iniciante não deve depender cegamente da IA?

A IA é uma ferramenta, não uma fonte infalível de verdade. Ela gera respostas com base em padrões e dados que “viu” durante o treinamento, mas não tem consciência, nem entendimento real do código, contexto ou melhores práticas atuais. Para um desenvolvedor que ainda não domina os fundamentos, isso pode ser perigoso por vários motivos:

  • Respostas incorretas ou incompletas: A IA pode sugerir soluções que parecem plausíveis, mas contêm erros sutis, vulnerabilidades de segurança ou práticas ruins.
  • Falta de discernimento: Sem conhecimento técnico, o dev pode aceitar código errado ou ineficiente sem perceber.
  • Dependência excessiva: Usar IA como muleta impede o aprendizado profundo e o desenvolvimento do raciocínio lógico necessário para resolver problemas complexos.
  • Dificuldade em elaborar prompts eficazes: Para extrair o melhor da IA, é preciso saber formular perguntas claras e específicas, algo que só vem com experiência e entendimento do domínio.

A importância da base de fundamentos para usar IA com inteligência

Antes de iniciar no uso de IA para codificação, o desenvolvedor deve investir tempo para:

  • Aprender lógica de programação: Entender estruturas de controle, algoritmos, manipulação de dados.
  • Conhecer a linguagem e o ecossistema: Sintaxe, bibliotecas, frameworks, boas práticas.
  • Estudar arquitetura e design de software: Para avaliar se o código gerado é escalável, modular e sustentável.
  • Testar e debugar: Saber identificar erros, interpretar mensagens de erro e corrigir bugs.
  • Segurança e performance: Ter noções básicas para não aceitar código vulnerável ou ineficiente.

Com essa base, o desenvolvedor consegue analisar criticamente o que a IA sugere, adaptar o código ao contexto real e aprender com as sugestões.

Como elaborar um prompt assertivo para IA no desenvolvimento

Para obter respostas úteis e precisas da IA, o prompt (a pergunta ou comando que você envia) deve ser bem estruturado. Um prompt eficaz deve conter:

  1. Objetivo claro: Explique o que deseja alcançar.
  2. Ação específica: O que quer que a IA faça - gerar código, explicar um conceito, corrigir um erro.
  3. Tecnologias envolvidas: Linguagem de programação, frameworks, bibliotecas, versão, etc.
  4. Contexto: Detalhes do problema, ambiente, restrições.
  5. Exemplo ou formato esperado: Se possível, forneça um exemplo ou descreva o formato da resposta que deseja.
  6. Limitações ou requisitos adicionais: Por exemplo, foco em performance, segurança, legibilidade.

Exemplo de prompt assertivo

Preciso de um código em Python 3.10 que leia um arquivo CSV contendo dados de vendas, filtre apenas as vendas acima de R$ 1000 e gere um relatório em JSON. O código deve usar a biblioteca pandas e ser eficiente para arquivos com até 100 mil linhas.

Esse prompt é claro, específico, define tecnologias e objetivos, facilitando que a IA entregue uma resposta útil.

Considerações finais

A Inteligência Artificial é uma ferramenta transformadora no desenvolvimento de software, mas não substitui o conhecimento fundamental. Para tirar o máximo proveito dela, o desenvolvedor precisa primeiro dominar os conceitos básicos, para saber avaliar a qualidade das respostas e formular prompts claros e objetivos. Assim, a IA deixa de ser uma "caixa preta" e se torna uma parceira poderosa no processo criativo e produtivo do desenvolvimento de software.

Se você está começando, invista tempo nos fundamentos. Use a IA como um complemento, não como um atalho. Essa é a chave para se tornar um desenvolvedor competente e preparado para o futuro.

Feito!

sexta-feira, 9 de maio de 2025

A Importância da cobertura de testes e da integração do SonarQube no ciclo de vida de um projeto

Em projetos de software, a busca por qualidade e confiabilidade deve ser constante. Muitas vezes, o time foca em entregar funcionalidades rapidamente, mas negligencia práticas essenciais que garantem a manutenção saudável do código a médio e longo prazo. Duas dessas práticas são: cobertura de testes automatizados e integração com ferramentas de análise estática como o SonarQube.

Por que se preocupar com cobertura de testes?

Testes automatizados, sejam unitários, de integração ou de ponta a ponta, têm um papel fundamental: garantir que o comportamento esperado da aplicação se mantenha ao longo do tempo. A cobertura de testes, por sua vez, é uma métrica que indica qual parte do código está sendo exercitada pelos testes.

Embora uma cobertura de 100% não signifique código 100% livre de bugs, uma baixa cobertura é um sinal de alerta. Código sem testes está mais propenso a falhas quando sofre alterações, principalmente em times grandes, onde o conhecimento sobre determinadas áreas do sistema nem sempre é compartilhado.

Benefícios diretos da cobertura de testes

  • Redução de regressões: mudanças não quebram funcionalidades existentes.
  • Facilidade de refatoração: refatorar com testes confiáveis é como ter uma rede de segurança.
  • Documentação viva: bons testes explicam como o sistema deve se comportar.
  • Mais confiança na entrega contínua: possibilita integração e deploy frequentes.

SonarQube: seu aliado na saúde do código

O SonarQube é uma ferramenta de análise estática que ajuda a monitorar a qualidade do código-fonte. Ele aponta bugs, code smells, vulnerabilidades e cobertura de testes. Quando integrado a um pipeline de CI/CD (Jenkins, GitHub Actions, GitLab CI, Azure DevOps), ele se torna um gate de qualidade.

Vantagens de integrar o projeto com o SonarQube:

  • Visibilidade clara de pontos fracos no código.
  • Monitoramento da cobertura de testes e da dívida técnica.
  • Padronização de boas práticas e convenções de código.
  • Alertas em tempo real de violações críticas de qualidade.
  • Feedback imediato ao time durante pull requests.

Com o SonarQube, não se trata apenas de "escrever código que funciona", mas sim de escrever código limpo, seguro e sustentável.

Estratégia prática: como começar

  1. Crie uma suíte mínima de testes automatizados: Comece testando as partes críticas da aplicação.
  2. Adote TDD sempre que possível: Isso impulsiona a escrita de código testável.
  3. Integre o SonarQube no seu pipeline (ex: Jenkins, GitHub Actions, GitLab CI).
  4. Defina métricas mínimas aceitáveis de cobertura e qualidade (por exemplo, 40% de cobertura mínima e zero bugs críticos).

Promova uma cultura de qualidade: Revisões de código devem considerar a cobertura e o feedback do SonarQube.

Considerações finais

Desenvolver sem testes é como construir um prédio sem fundações. E seguir sem análise de qualidade contínua é não perceber as rachaduras que surgem no caminho. A integração de testes automatizados com o SonarQube traz uma cultura de qualidade que não só beneficia a equipe de desenvolvimento, mas toda a organização, entregando valor de forma contínua, sustentável e segura.

Testar é responsabilidade de todos os desenvolvedores e QAs. Monitorar a qualidade também.

Feito!

terça-feira, 29 de abril de 2025

O Fim do começo: Como construir sua carreira com desenvolvedor de software

Antes de continuar com este artigo, que tal dar uma passada nos anteriores?

👉 Parte 1: Por onde começar na programação?

👉 Parte 2: O que fazer para evoluir como programador?

Se você já estudou, praticou e está se sentindo mais confiante, este é o momento certo para refletir:

💭 Você já chegou no ponto onde queria como programador iniciante?

Se a resposta for "sim", então bora dar o próximo passo!

Se você chegou até aqui, estudou lógica, aprendeu uma linguagem, praticou, dominou Git, banco de dados, frameworks, construiu projetos e montou seu portfólio. Parabéns! Você já percorreu a trilha que separa o iniciante do programador profissional.

Mas a verdade é: esse é só o fim do começo. A partir daqui, a jornada muda.

Agora não é mais só sobre estudar cursos e fazer exercícios. Agora é sobre construir sua carreira, se desenvolver como profissional e crescer como programador.

Vamos falar sobre os próximos passos que vão fazer a diferença real no seu futuro.

  1. Aprenda a aprender sozinho
  2. A habilidade mais importante a partir daqui não é uma linguagem, um framework ou uma certificação.

    É a capacidade de aprender sozinho.

    Como fazer isso na prática:

    • Leia documentações oficiais (mesmo que no começo pareça difícil).
    • Busque soluções antes de pedir ajuda — pratique o "aprender pesquisando".
    • Entenda que errar faz parte do processo de aprendizado.
    • Siga a filosofia: "não decore, entenda".

    O que muda:

    Você vai parar de depender de cursos mastigados e se tornar capaz de se adaptar a qualquer tecnologia, linguagem ou desafio novo.

  3. Continue evoluindo com projetos mais desafiadores
  4. No início, a maioria dos projetos são clones simples ou listas de tarefas.

    Agora, o desafio é criar projetos mais próximos do mundo real.

    Exemplos de novos projetos:

    • Sistema de autenticação de usuários com login social (Google, Facebook, Instagram, Twitter/X).
    • Dashboard com gráficos dinâmicos consumindo APIs.
    • Aplicativo com persistência offline (por exemplo, PWA).
    • E-commerce completo, com carrinho de compras, pagamento e painel administrativo.

    O que muda:

    Você vai aprender sobre problemas reais: segurança, performance, usabilidade, escalabilidade. Essas experiências contam muito em entrevistas e na prática profissional.

  5. Aprenda sobre boas práticas de código
  6. Agora que você já consegue fazer os projetos funcionarem, o próximo nível é fazer bem feito.

    O que estudar:

    • Clean Code:
    • Escrever código claro e legível.

    • SOLID Principles:
    • Para estruturar sistemas mais robustos e fáceis de manter.

    • Design Patterns:
    • Soluções comuns para problemas recorrentes no desenvolvimento.

    • Arquitetura de Software:
    • MVC, camadas, separação de responsabilidades.

    O que muda:

    Seu código deixa de ser apenas funcional e passa a ser profissional. Isso é o que diferencia júnior de pleno, pleno de sênior.

  7. Comece a estudar testes de software
  8. Poucos iniciantes dão atenção a isso e quem aprende cedo, se destaca muito.

    O que aprender:

    • Testes unitários (testar funções isoladas).
    • Testes de integração (testar diferentes partes do sistema juntas).
    • Testes end-to-end (testar o sistema como o usuário final).

    Ferramentas para começar:

    • Jest (JavaScript)
    • JUnit (Java)
    • PyTest (Python)
    • PHPUnit/Pest (PHP)

    O que muda:

    Além de entregar projetos que funcionam, você entrega projetos confiáveis e com menos bugs.

  9. Desenvolva habilidades além da técnica
  10. Ser um bom programador não é só saber programar.

    É também saber se comunicar, trabalhar em equipe e resolver problemas.

    O que melhorar:

    • Comunicação:
    • Saber explicar seu raciocínio e suas soluções.

    • Trabalho em equipe:
    • Saber colaborar em projetos e respeitar o código dos outros.

    • Gestão de tempo:
    • Saber priorizar e entregar no prazo.

    • Resiliência:
    • Saber lidar com problemas e frustrações sem desistir.

    O que muda:

    Você se torna um profissional completo: O tipo que as empresas procuram e que faz a diferença em projetos de verdade.

  11. Planeje sua carreira (mesmo que pareça cedo)

    Agora é a hora de pensar:

    Quero ser Front-end, Back-end ou Full-Stack?

    Quero focar em mobile, dados, inteligência artificial, jogos?

    Prefiro empresas grandes, startups ou ser freelancer?

    Dicas para se planejar:

    • Estude o mercado (LinkedIn, Glassdoor, Indeed, GeekHunter).
    • Pesquise salários e requisitos para a vaga dos seus sonhos.
    • Trace um plano de curto, médio e longo prazo.
    • Continue se atualizando, porque tecnologia muda o tempo todo.

Considerações finais: Agora é com você

A verdade é que ninguém "termina de aprender programação".

É uma jornada contínua.

Sempre haverá uma nova linguagem, um novo framework, uma nova forma de pensar sistemas.

A diferença agora é que você tem as ferramentas para caminhar sozinho.

Você saiu do "por onde começar", passou por "como evoluir" e agora está pronto para construir uma carreira real em tecnologia.

A partir daqui:

✅ Você já não é mais iniciante.

✅ Você já é um desenvolvedor em construção.

✅ Você tem as bases certas para crescer o quanto quiser.

E lembre-se: a jornada é longa, mas quem continua estudando, praticando e se desafiando, chega lá. Sempre.

Feito!