No desenvolvimento ágil de software, a clareza na comunicação e a qualidade da documentação têm impacto direto no sucesso do produto. Entre os principais responsáveis por garantir esse alinhamento está o Analista de Negócios (Business Analyst).
No entanto, ainda é comum encontrar equipes em que o Analista de Negócios participa apenas de reuniões de refinamento, sem assumir integralmente uma de suas atividades mais importantes: a elaboração completa das estórias de usuário.
No presente artigo, discutimos por que essa tarefa é parte fundamental do papel do Analista de Negócios, melhores práticas e como isso colabora com a eficiência da equipe e com o Product Owner (PO).
É responsabilidade do Analista de Negócios escrever estórias de usuário
A escrita de estórias deve seguir um documento com versionamento e rastreabilidade, permitindo controle das alterações ao longo do tempo. Elementos como:
- Autor da criação
- Revisor(es)
- Datas de criação, revisão e ajustes
- Histórico de modificações e responsáveis por cada edição
Exemplo simples de versionamento dentro do documento:
Criado por: Nome Sobrenome – dd/mm/aaaa
Revisado por: Nome Sobrenome – dd/mm/aaaa
Ajustado por: Nome Sobrenome – dd/mm/aaaa
Ferramentas como Redmine, Jira, Azure DevOps, Trello, Confluence ou qualquer outra usada pela empresa devem conter esse histórico para garantir auditabilidade e transparência.
O PO valida, não escreve
O Product Owner possui uma agenda repleta de responsabilidades estratégicas, como:
- Definir e priorizar o backlog
- Analisar métricas do produto
- Engajar stakeholders
- Garantir alinhamento com a visão de negócio
Portanto, não é usual nem eficiente que o PO seja o responsável por redigir as estórias. Sua atuação é validar, complementar e aprovar as entregas do Analista de Negócios.
O Analista de Negócios coleta e estrutura as informações.
O PO garante que o conteúdo está alinhado ao produto.
Cada um no seu papel.
Participar do refinamento não é suficiente
Em muitas equipes, o Analista de Negócios participa de reuniões de refinamento duas vezes por semana e depois simplesmente, fica na moita. Esperando tudo cair pronto ou dependendo do PO para gerar conteúdo.
Isso é um desperdício de capacidade técnica e profissional.
O Analista de Negócios deve:
- Elaborar as estórias da Sprint
- Adicionar critérios de aceite
- Mapear regras de negócio
- Acompanhar dúvidas do time
- Buscar esclarecimento com stakeholders
- Manter documentação sempre atualizada
Ser apenas ouvinte em reunião não entrega valor.
Boas práticas do Analista de Negócios na escrita de estórias
| Prática | Benefício |
|---|---|
| Documentar versionamento (criado/revisado/ajustado) | Controle total das alterações, auditabilidade e rastreabilidade de decisões. |
| Usar critérios de aceite claros (ex.: Gherkin) | Evita ambiguidades e retrabalho; facilita testes e validação pelo QA e PO. |
| Dividir funcionalidades em estórias pequenas e independentes | Entrega mais rápida, menor risco e ciclos de feedback mais curtos. |
| Conversar com usuários e stakeholders (coleta direta) | Informações reais e contexto de negócio, reduz hipóteses e suposições. |
| Validação contínua com o PO (comentários e aprovação) | Garante alinhamento com a visão do produto e priorização correta do backlog. |
O Analista de Negócios precisa ser protagonista no processo, não um observador passivo.
Considerações finais
Quando o Analista de Negócios cumpre seu papel com excelência:
- O PO ganha tempo para atuar estrategicamente
- O time não trabalha com falta de informação
- A Sprint flui com mais eficiência
- A qualidade do software aumenta
- O cliente percebe mais valor entregue
Em resumo:
Escrever estórias de usuário é responsabilidade do Analista de Negócios.
Validar e priorizar é responsabilidade do PO.
Profissionalismo se traduz em atitude.
O Analista de Negócios que entra em ação é quem realmente contribui para o sucesso do produto.
Feito!
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